sexta-feira, 9 de abril de 2010

O Que Dizem Os Umbigos?!

Não esqueça o seu Umbigo !!!

Dia 17 de ABRIL de 2010 (Sábado ),vai acontecer o Sarau
"O que dizem os Umbigos". A Homenageada da noite será a:
A CASA DE CULTURA DO ITAIM PAULISTA, a 1ª casa de cultura da
Cidade de São Paulo.

Venha e traga qualquer tipo de manifestação artística,o espaço é livre.
Horário:dás 18 às 20hs.
Local:Casa de Cultura do Itaim Paulista.
Rua:Barão de Alagoas nº340,em frente a praça Lions Club.

Entrada Gratuita

"Aberto a todos os umbigos"

Conto com a sua presença.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O Aristocrata

O mundo não se decide se me quer só ou deseja minha companhia.
Cachorro de rua vagando por migalhas sobreviventes:
- Não quero seu "amor cidadão"! - disse com desprezo ao estranho.
-Posso me sentar ao menos? - o estranho.

Por quê diabos querem sentar-se comigo logo quando escolho - ou sobra-me - a pior mesa?!
Justo eu que sempre preferí comer no chão da sala por considerar a mesa um espaço limitado e este outro agregar uma ceia com maior número de pessoas. E tantas vezes neste chão de sala fartei-me sozinho.

- Você está bem? - o estranho.
- Estou péssimo.

Ainda que se encare o fato de se ser um contraponto no mundo, não se faz tal coisa por orgulho. Não há glória alguma na lealdade.

- Tenho que ir! - o estranho.

A fúria do silêncio não corrói apenas o silenciado. Ali esvai-se, principalmente, a vida do assassino.

escove o cérebro!

quarta-feira, 17 de março de 2010

Traga o seu Umbigo!!!

Dia 20 de Março de 2010 (Sábado agora), vai acontecer o Sarau "O Que Dizem Os Umbigos". A homenageada da noite será a escritora: Clarice Lispector.
Venha e traga qualquer tipo de manifestação artística, o espaço é livre.
Horário: das 18 às 20hrs.
Local: Casa de Cultura do Itaim Paulista.
Rua: Barão de Alagoas, nº340, em frente á Praça Lions Club.

Entrada Gratuita.

"Aberto a todos os Umbigos!"

Conto com sua presença.

Link para maiores informações e fotos do último sarau no Blog da Samara - Cultura de Periferia :
http://arteparamudar.blogspot.com/

Parecia tão fácil!

Escrever é tarefa árdua e dolorida. "Para escrever é preciso sofrer, sofrer e sofrer", dizia Dostoievsky e digo eu, pobre amador que não se dá ao luxo nem a disciplina, nem a seriedade (ou paciência) de Drummond.
Maior o mártir ao descobrir que a fonte não se trata de qualquer dor. Embora rija a Espada de São Jorge de outrem, deve-se jogar no chão o milho com as próprias mãos e ajoelhar-se de modo que os músculos mantenham-se os mais tensos possíveis, sem relaxá-los a fim de aliviar a dor, e que a pele procure os grãos mais sedentos de carne e sangue. Daí, a escuridão.
Entramos numa espécie de limbo. Sons, imagens, cores, cheiros, sabores, palavras, objetos e pessoas. Tudo distante e intocável. Inalcançável. Porém, a busca pela luz não se dá como nos purgatórios comuns onde basta caminhar no breu á clima de novena durante um longo tempo indeterminado até que se irrite a vista com alguma claridade. Nesse caso é preciso correr, pois o tempo é curto. Logo chegaremos ao trabalho, ao colégio, em casa, ou em qualquer lugar que confunda essa caminhada introspectiva; ou simplesmente nos desconcentramos do devaneio para nos distrairmos com alguma responsabilidade idiota.
Agora, me diga: Você já tentou correr em algum ambiente muito ou totalmente escuro, onde há muitos obstáculos? Onde o medo, a falta de equilíbrio, a falta de noção de tempo e espaço faça com que o local mesmo que grande pareça pequeno?! É isso. O ar rarefeito, escadas infinitas, encruzilhadas múltiplas até que se alcançe a superfície.
Mas antes que se considere salvo por sentir a brisa de belas palavras nos cabelos, retomemos o fôlego. A partir desse momento, o literato (ou o aspirante á) está completamente sozinho. Pode contar apenas com seu melhor amigo e seu pior inimigo, que nada mais são do que ele mesmo. Cada palavra pensada e escrita é uma gota de sangue, pois raios e raízes unem-se a língua, adotando á boca um estado amorfo. Essa é a hora de construir as cidades nos desertos, organizar frotas e lançar os navios aos calmos ou tempestuosos mares da poesia. Após jardins edênicos e babilônicos, deve-se ainda achar a saída desse labirinto e retificar as entrelinhas. (Cuidado: Não lapide tanto uma pedra preciosa a ponto de lhe perdere o valor.).
Alguns saem vivos dessa aventura. E muito fortes, como Clarice (Lispector) que faz parecer tão fácil a existência que, cá entre nós, não é assunto muito conveniente e agradável. Sabemos, por ela mesma, ser a existência justo o contrário da simplicidade. O melhor que se aprende ao desfrutar esta tua extrema delicadeza de expressão frente á tão dolorosa concepção (fruto de um grande domínio da escrita) é que existem palavras que não precisam ser ditas.

Escove o cérebro!

sexta-feira, 12 de março de 2010

Higiene Mental

Ao título, muitos chamarão fascista. Não recuo. A palavra é exatamente essa: HIGIENE. Uma necessidade essencial para a vida humana.

Porém, quero deixar logo, bem claro, meu repúdio por verdades absolutas. Este veículo é de caráter pessoal; aliás, todas as palavras ditas, pensadas ou escritas tem propósitos pessoais. Até a unanimidade trata-se de um conjunto de opiniões particulares. Portanto, deve-se respeitar as unanimidades, as minorias, as maiorias, e os empates. Independentemente se são ignorantes ou não, pois se são é você que está dizendo, é a sua opinião.

A intenção aqui sempre será o diálogo - simples e de qualidade, acessível e libertário. Eis o motivo de um Blog tão tardio quando até o Twitter já está dando no saco.

A crítica literária, os comentários com o desconhecido no museu ou a conversa no bar sobre música são artes antigas e muito prazerosas. Hoje, época de raros apreciadores temos os "sinceros" (Aqui faz-se a primeira higienização referindo-se àqueles que sabem diferir Clarice Lispector, Chico Buarque e Frida Kahlo à Paulo Coelho, Mallu Magalhães e o cara que pintou - ou tentou pintar - o Tom & Jerry na bomboniere da sua rua) citando grandes artistas sem a sua devida essência. Afirmo, pois já reduzí muitas obras a meras palavras chulas e já também presenciei várias pessoas que não podem trocar a falta de vocabulário e dialética pela desculpa da exaltação do espírito poético.

Aqui abre-se mais uma porta em tempos de corredores escuros, estreitos e silenciosos. Alarguemos esta e abramos outras a pontapés; versos-machados buscando luz a golpes furiosos e palavras doces perfurando frestas como a brisa. Limpemos toda a bagunça dos quartos, pintemos de branco e azul todo o cinza. E se a luz nos cansar a vista iremos impor outra bagunça: aquela que as mães não entendem porquê em meio á tanta anarquia podemos encontrar o que realmente desejamos num piscar de olhos.

Escove o cérebro!